Só há luz
nesta manhã
mais nada...
Dizer azul
é subtrair matizes,
dizer águas
é trair espelhos,
dizer aves
é castrar-lhes os voos,
dizer que vi
é deixar de vê-los...
Pensar só em dizer
é desdizê-los...
Não posso estar
aquém
se meus olhos vão
além
em quietude...
Sopro de vida
que não pára,
alfa e ômega
num instante,
sou água em luz,
sou luz em mim
radiante...
Sou voos parados,
sou asas de querubim,
sou olhos de água,
eu, me, mim...
Sou eu? Venho ?
Sou outro? Vou?
Não?! Sim?!
SOU!
José Dias Egipto
3 comentários:
Curiosa esta construção de avanços e recuos deambulando nas questões mais priordiais da existência humana. A eterna dúvida e o eterno desconhecimento que leva à questão aquele que com o pensamento tenta abrir a caixa de Pandora.
Fica para a próxima e ainda bem!
abraços
maravilha de texto, José! ele tem tudo - forma e conteúdo. Como sempre, aliás. Vc é um ótimo poeta!
Dalva Agne Lynch
Ôi, José!
Tenho estado "fora dos ares internéticos" - porisso só agora degustando esse reu blog.
E esse poema divino,
caso, acaso, ou mera coincidência?
Acho q no Futuro vc será conhecido por "José Pessoa!"
E segue a dinastia da Poesia Portuguesa...
Sonya.
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